sábado, 29 de março de 2014

O Trabalho enobrece (e emagrece)

Eu vejo muita gente – pra não dizer a grande maioria – que não gosta de trabalhar. Sentam-se à mesa do escritório e parece que abriram as portas do inferno. Começa o estresse, o mau-humor, as reclamações, entre outros signos do mau comportamento e do descontentamento. Gente que gosta de pegar uns atestados frios pra não trabalhar, gente que gosta de um feriadinho pra esticar os dias, gente que fala do trabalho como se fosse a maior crueldade que Deus preparou para punir a humanidade.
Claro que como em toda situação nem todo mundo consegue se capacitar para trabalhar naquilo que gostaria, ainda mais estando nesse país que defeca pra educação e para o crescimento cultural de seu povo, entendendo que, uma vez que o povo segue ignorante este se torna massa de manobra eleitoreira e é claro que num país corrupto como o nosso isso é muito visado pelos políticos.
 
Mas eu sou da opinião que o trabalho é a parte mais santificada da vida de um ser humano. É a partir do trabalho que cresce seu conceito de responsabilidade, é a partir do trabalho que se ganha o sustento e é justamente o trabalho que traz o pão à mesa desse trabalhador e de sua família. Ademais existem conceitos que só podem ser aprendidos (ou reforçados) quando e enquanto trabalhamos. Quando estamos trabalhando deveríamos buscar fortalecer os conceitos de união, já que muitas vezes trabalhamos em cooperação com outras pessoas e a tarefa de cada um complementa a do outro de forma a produzir o produto final, seja ele algo material ou apenas filosófico. Deveríamos trabalhar o conceito de proficiência, tentando fazer as tarefas cada vez com mais afinco de modo a aumentar a capacitação e a perfeição com que realizamos determinado serviço e por último (ou talvez esse devesse ser o primeiro) a capacitação intelectual para o trabalho. O saber a serviço da qualidade de nosso trabalho. Conhecimento aplicado é o que nos torna mais capazes e mais relevantes para o mercado de trabalho. Isso implica num constante e infinito aprendizado e uma busca por aperfeiçoamento.

Mas será que é isso que vemos em nossos ambientes de trabalho?
Se você puder indicar algumas – não muitas, duas ou três – pessoas que se comportem dessa forma em seu ambiente de trabalho então eu quero pedir encarecidamente que envie imediatamente um currículo meu para essa empresa.
Eu sinceramente não sei se é um traço do brasileiro, até porque nunca tive a oportunidade de ir para outro país, muito menos para fazer uma pesquisa comportamental ou social, mas é fato que aqui o trabalho é tratado como uma pena, como um castigo, como uma tortura. Cada vez mais vemos desaparecendo aquela paixão do profissional pelo seu meio de ganhar a vida, cada vez mais observamos que a vontade de estar em constante aprendizado e constante aperfeiçoamento vem sendo reduzida  a um simples “Faço do jeito que quero, se não estiver bom que vá reclamar com o Papa”.
E isso é triste. Depois as pessoas são dispensadas de seu trabalho simplesmente por não demonstrar mérito para ocupar aquela vaga e temos que ouvir as lamentações de quem quer um emprego, de quem não consegue se sustentar e de quem precisa do governo com suas esmolas para sobreviver.
O brasileiro sempre foi conhecido como um povo trabalhador, não como povo ordinário e disperso em que estamos nos transformando. Em uma sociedade onde é tão difícil garantir o próprio sustento é imprescindível  ter amor naquilo que faz, ter paixão pela função que desempenha e ser grato, como se o trabalho fosse uma dádiva dada aos merecedores, e não um castigo dado aos desgraçados.
Pense nisso antes de fazer seu próximo corpo mole, ou antes de maldizer seu ganha pão.
Essas são as palavras desse humilde cara que daria tudo para voltar a trabalhar, mas que Deus resolveu abreviar o “tempo de contribuição” e agora sigo trabalhando para tentar abrir os olhos das pessoas e ajudar a fazer desse mundo um mundo direito!

E que comece mais uma semana de trabalho, tendo Deus como nosso maior protetor, porque o mundo é torto, mas com muito trabalho e vontade a gente endireita!
Forte abraço e até a próxima!

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