quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A síndrome do “Não é neste setor”

Olá meus caros conterrâneos. Espero que não tenha dado tempo de sentirem minha falta, pois já estou de volta!
Vocês já se perguntaram por que nosso país tão amado não vai pra frente?
Eu diria mais, me atrevo a dizer que o Brasil, nossa pátria amada, idolatrada, salve, salve anda a passos largos para trás, em um descabido retrocesso de desenvolvimento.
Claro que sempre é praxe culpar o governo, a corrupção, o mensalão e os mensaleiros e a quantidade insana de políticos e parlamentares que nós sustentamos pagando o maior imposto cobrado por todo o globo terrestre!
Mas infelizmente tenho que admitir que o comportamento do povo também influência bastante na derrocada do país e que a mentalidade de nosso povo está ainda muito aquém dos países com grande desenvolvimento cultural e econômico, portanto, estamos cobrando uma mudança para a qual talvez não estejamos preparados.
O que eu coloquei ali no título não se trata de uma síndrome verdadeira, ou de uma patologia existente no CID, mas poderia muito bem existir e ser chamada assim, uma vez que o nome é fictício, mas a patacoada é verdadeira!
Esse é mais uma manifestação, entre tantas outras, da “malandragem” brasileira. Aquela que os artistas e muito da publicidade brasileira coloca com uma coisa boa! Aquela imagem dos sambistas cariocas do início do século passado que se auto intitulavam os malandros e o personagem pegou e acabou se alastrando por todo território nacional e na cartilha dos “malandros” consta o item “não deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã, ou que alguém poderia estar fazendo por você”. E parece que esse é o mandamento de cabeceira de grande parte dos funcionários, principalmente se formos parar para observar os serviços “públicos de qualidade” dos quais dispomos aqui no país do “financiamento coletivo”.
Mas o caráter que mais me impressiona em tudo isso é que se você tenta fazer a diferença, começa a fazer um trabalho bom, começa a dar sugestões para melhorar a produtividade ou aponta alguns problemas de sua empresa, seu local de trabalho e propõe algumas sugestões você é visto como um imbecil!
Pois é. Aquele infeliz que trabalha com afinco, que veste a camisa de seu emprego ou ocupação, que zela pela produtividade e bem estar dentro do seu ambiente de trabalho é muitas vezes tratado com desprezo, com desdém e acaba com um rótulo de “chato”, “capacho”, “irritante” entre outras coisas. Enquanto as pessoas para quem ele responde, que deveriam estar contentes por ter um funcionário com tamanho afinco acabam incomodadas.
Ora, mas é claro! Se o caboclo leva problemas e sugere soluções para aqueles que deveriam estar resolvendo os tais problemas, que ganham muito bem para monitorar e solucionar qualquer entrevero ou impasse na produtividade ou na logística das atividades exercidas em seu lugar de trabalho vão se ver forçados a trabalhar. Isso seria horrível, não é mesmo?
Hoje em dia muita gente trabalha apenas pelo salário, não se importando em fazer a diferença, em prestar um serviço de qualidade ou desempenhar sua função com paixão e dedicação, o que muitas vezes significa ir além da função designada por um contrato ou crachá. Quem por ventura acaba se vendo diante de um problema ou situação em que é imprescindível agir acaba fazendo de má vontade, reclamando e dizendo que “aquilo não é trabalho seu”.

Hoje em dia as empresas tem como modo operacional chamar seus trabalhadores de equipe ou time, mas será que o espírito de equipe está mesmo presente em algo além da nomenclatura? Será que as pessoas valorizam de fato suas funções e seus empregos? Ou a maioria apenas reclama e inveja quem tem uma colocação um pouco melhor, mesmo desconhecendo suas verdadeiras funções e só conhecendo os números de sua folha de pagamento?
Será mesmo que essa é a mentalidade de um povo e país que buscam maior independência e ascensão econômica?

A síndrome do “Não é nesse setor” é o que prende nosso país no limbo e que faz com que o Brasil, mesmo com todos os recursos de primeira seja um país de terceira com um nível cultural de quinta... Mas será que o povo anda mesmo preocupado com isso?
Duvido muito, afinal de contas, amanhã é sexta!