quinta-feira, 29 de março de 2012

Mulheres e proficiência.


Eu sempre fui um defensor de que a mulher é o ser mais sublime da criação divina e que nada e nem ninguém pode dizê-las aonde e quando devem estar e ficar. A mulher tem conquistado cada vez mais espaço no mundo e hoje não há nada que um homem faça que uma m


Contudo hoje eu venho acrescentar um adendo a esse meu eterno mantra, e esse adendo é de que as mulheres devem sim agir em toda e qualquer área desde que tenha proficiência.
ulher não seja capaz de reproduzir, enquanto ao homem é negado o direito de dar à luz e por isso, no meu modo de perceber as coisas, a mulher é sim, muito superior ao homem.

E quando eu digo proficiência, me refiro apenas ao conhecimento básico necessário para tecer comentários sobre determinada coisa ou situação.

Digo isso porque ontem estava eu em pleno estádio Jaime Cintra, aqui em Jundiaí, acompanhando a partida entre Palmeiras e Paulista. Estava eu acompanhado de minha irmã e de um casal de amigos de faculdade dela.

Eis que chegam duas garotas e se sentam logo atrás de mim na arquibancada da torcida alvi ver

de, e nem bem sentaram já começaram a berrar escandalosamente para os jogadores, que a essa altura sequer haviam entrado em campo e, quando entraram, fizeram as referidas garotas berrarem numa cacofonia do inferno. Entre os altos e esganiçados brados nada de construtivo, apenas dizendo – ou melhor, berrando – que este ou aquele jogador é lindo, entre outras referências à anatomia dos jogadores considerados belos pelas mesmas.

E durante o jogo o espetáculo prosseguiu, com gritos agudos e comentários enfadonhos de quem claramente não sabe sequer o porquê de estar lá.

Outro exemplo que me vem à cabeça é na música, quando e enquanto adolescentes no auge de sua produção hormonal endeusam um cantor pela sua beleza, ignorando sumariamente a arte a que ele representa, ou deveria representar. Uso como exemplo aqui dois nomes que estão sempre em evidência na mídia: Justin Bieber e Restart. São eles realmente grandes nomes da música mundial? São eles realmente relevantes para o contexto musical, histórico musical? Não, não são. São rapazes propositadamente moldados por estúdios e gravadoras para serem “bonitinhos”, mostrando completo descaso com a arte qu

e os mesmos representam. O que dizer ainda do cinema, onde cada vez mais os filmes têm cumprido a obrigação de serem “bonitinhos” para serem assim melhores consumidos?

E não adianta me dizer que isso é moda adolescente porque eu o mando ao raio que o parta, pois muitas mulheres crescidas e maduras descabelam-se por ídolos “manufaturados” que denigrem o nome da arte que representam.

Não digo que mulher não deve ir ao estádio, muito pelo contrário. Digo que ela deve ter um propósito quando vai ao estádio, que vá pelo futebol, pela história da camisa que escolheram para incentivar e não porque esse ou aquele jogador é aprazível aos olhos. Que saiba entender em contexto daquilo que se propõe a falar ou defender, com argumentos, com conhecimento de causa.

NUNCA uma fã dessas bandas ou artistas teens de qualquer sorte teve um argumento melhor do que “É que tal cantor é lindo” para me convencer de que a música deve ser reverenciada ou levada a sério.

Mais uma vez coloco que não sou contra as mulheres opinando, indo ao estádio ou ao cinema ou o que seja, mas façam-no pela arte, façam-no com conhecimento de causa, de modo contrário só estarão a desmoralizar e a envergonhar toda a relevância, importância e reconhecimento que as mulheres vêm conquistando em tempos modernos.


Forte abraço e até a próxima!

quinta-feira, 8 de março de 2012

O que seria de mim sem vocês?



Pra começar eu simplesmente não seria! Se não fosse o caloroso ventre materno eu não teria tido sequer a oportunidade de nascer, aliás, nenhum de nós teríamos pois acho que aqui ninguém brotou do chão, não é mesmo?

E foi logo pequeno que eu fui cercado e nutrido pelo amor incondicional desses seres tão frescos, perfumados e doces. Fui cercado, envolvido, protegido e tão logo nasceu uma identificação que eu não fora capaz de evitar.

E como as mulheres têm feito parte de nossas vidas e como essas mesmas mulheres têm conquistado seu espaço a duras penas e com muito sacrifício e suor do rosto.

Hoje temos mulheres na política, mulheres nos postos de gasolina abastecendo os carros, temos mulheres pilotando esses mesmos carros, ônibus, carros de corrida... A mulher conseguiu preencher todos os espaços que outrora eram considerados “masculinos” e até mesmo o futebol acabou sendo invadido por tranças, laços e batom!

Elas estão em todos os lugares! E nós temos que dar graças aos céus por isso, pois sabemos que tudo aquilo que elas fazem é feito com imenso amor, dedicação e com todo aquele toque materno que nós homens nascemos e morremos dependentes.

E eu celebro essa invasão feminina no mundo e fico penalizado e até um pouco revoltado é o fato de que essas mesmas mulheres que vem desbravando o mercado de trabalho e indo à luta ainda são remuneradas de forma diferente e ganham menos do que os homens, mesmo exercendo as mesmas funções. E se levarmos ainda em conta de que as mulheres de modo geral são mais estudadas que os homens (média de dois anos a mais na escolaridade) essa disparidade fica ainda mais gritante!

Assistindo um especial sobre as mulheres eu ouvi o depoimento da primeira árbitra de futebol do país - que trabalhava na ilegalidade pois a constituição da época (década de 60) impedia que mulheres exercessem funções ditas masculinas – disse algo que me tocou fundo: Ela disse algo que não vou reproduzir com as devidas aspas porque não consigo me lembrar das palavras exatas, apenas da essência do que ela disse. E foi algo como: Se as mulheres conseguem dar à luz, que é algo que nunca homem nenhum será capaz, então a mulher é sim capaz de fazer qualquer coisa que um homem faça.

E foram mais ou menos essas as palavras da precursora da arbitragem feminina no país.

Ainda chamo a atenção para um detalhe que passa despercebido por muita gente por ser uma coisa que “faz parte da rotina e da cultura” que é o fato da mulher ingressar numa jornada de trabalho com a mesma carga horária que o homem, no caso marido, namorado ou qualquer coisa que o valha, e ainda ter de chegar em casa e encontrar todas as responsabilidades que são erroneamente atribuídas à mulher, graças a um sistema machista que foi sendo cultivado desde a época da clava!

Cabe ao homem reconhecer todo o esforço feminino e recompensá-la sendo um pouco mais presente dentro de casa, com o lar, com os filhos e com todas as tarefas que são atribuídas à mulher e que vêm se tornando um verdadeiro fardo, uma verdadeira via-crúcis para a mulher moderna.

E cabe às mulheres exigirem todo o respeito e cooperação da parte dos babacas de plantão, que ainda se acham na categoria de “macho-alfa”, que ainda se acham donos das mulheres e que ainda acham que podem agir com ignorância e até violência. As mulheres devem sim manter o nível, manter o respeito e não permitir qualquer reação mais violenta, por mínima que seja pois bem sabemos que o puxão de cabelo de hoje, o apertão no braço de hoje pode vir a tornar-se o crime passional de amanhã. Aliás, crime passional o diabo que o carregue, pois quem ama, o apaixonado não fere, sequer oferece à sua esposa uma rosa, por medo que esta se arranhe nos espinhos.

Eu, grato e apaixonado que sou pela mulher, por todas as suas formas, definições e nuances desejo do fundo do meu coração um feliz dia da mulher, esse e todos os outros 366 desse ano, os que já se passaram e os vindouros, porque uma criação tão perfeita e tão primorosa de Deus deve ser celebrada todos os dias.

Forte abraço e até a próxima!!!

terça-feira, 6 de março de 2012

Não mexa com meu videogame... Sério... NUNCA!



Hoje estou comemorando uma vitória da tão flagelada e adormecida democracia!

Acontece que tempos atrás um digníssimo senador Valdir Raupp veio com um projeto de lei que tinha como objetivo – e falo resumidamente – proibir a comercialização, importação, estocagem de qualquer game com conteúdo considerado “ofensivos aos costumes, às tradições dos povos, aos seus cultos, credos, religiões e símbolos”.

Essas considerações ficariam a cargo de um restrito grupo que avaliaria os jogos e decidiria acerca de seu conteúdo e se este poderia ser liberado para comercialização.

Ou seja: O governo seria responsável por escolher e permitir o seu entretenimento baseado num critério que duvido que fosse chegar ao nosso conhecimento, ou você também não acha essa descrição do que é “ofensivo aos costumes e tradições” um conceito muito vago e extremamente abrangente? Visto que todos os jogos possui um conteúdo místico, violento ou ainda fantasioso eu acho que nos restaria apenas os jogos da Barbie, e olha lá, uma vez que quando vamos trocar as roupinhas da Barbie e a boneca aparece nua na tela até que outra peça seja adicionada.

Um jogo sobre mitologia grega, por exemplo, não seria aprovado se um ou mais dos integrantes dessa banca fossem evangélicos, uma vez que a religião abomina esse tipo de cultura e tem como “falsos deuses” e “obra do Diabo”. De que nos serviriam os jogos senão para extravasar nossas frustrações, ou até mesmo aliviar o estresse do dia a dia. Nada como chegar de um cansativo dia de trabalho, depois de passar horas aguentando aquele colega chato e sem o mínimo respeito por seu espaço, e metralhar uns e outros em algum jogo. O videogame nos dá o que a realidade nos nega, coisa que antes só poderíamos obter através de nossos sonhos... E vamos concordar: Com a correria do dia a dia sequer temos tempo para sonhar, nosso sono é reparador e compensador por toda a energia desprendida em um mundo que exige demais de nós, portanto vamos nos dar a oportunidade de fazer o impossível e se os jogos são as ferramentas pelas quais muitos atingem essa façanha porque censurá-los? Violência não pode ser contraída. A violência é alimentada quando a educação não faz seu devido trabalho. Uma presença materna e paterna na tenra infância não deixa espaços vazios e negros a serem preenchidos pela violência e, de qualquer forma, a violência encontra muitas outras válvulas de escape. Quantos criminosos gamers já foram confessos? E quantos delinquentes já não feriram e mataram durante uma partida de futebol? Vamos proibir o futebol! Má que... O Brasil iria à falência não é mesmo???

Acho engraçado vira e mexe surge uma lei com foco na censura dos games, justamente porque não vemos esse mesmo rigor e essa mesma preocupação por parte dos parlamentares acerca da televisão e aqui eu cito em letras maiúsculas a REDE GLOBO DE TELEVISÃO e seu conteúdo extremamente ofensivo, com teor sexual, linguagem imprópria e total inversão de valores. Todos os defensores da moral e dos bons costumes que eu conheço, sejam eles defensores de preceitos embasados em sua própria religião, são fiéis seguidores de novelas, Big Brother e toda sorte de programa sensacionalista e agora eu pergunto: Com que moral uma pessoa que assiste a uma programação que gira em torno de um estupro que hora vem à tona, hora é desmentido pode arbitrar sobre moral e bons costumes? Outra coisa que corrobora, e muito, para essa perseguição às diversões eletrônicas é que o Brasil infelizmente ainda não sabe o verdadeiro valor de mercado que marcas como Ubisoft, EA Games e Square Enix agregam. Hoje em dias os jogos movimentam mais dinheiro do que o cinema, por exemplo, e suas franquias são vendidas como água, tornando-se todo tipo de produto imaginável.

O Brasil é um país extremamente criativo e poderia muito bem tirar proveito disso criando uma lei de incentivo aos pequenos estúdios independentes de programação de games que já estão conseguindo uma boa colocação ao menos no mercado de jogos para celular, por exemplo.

Vale a pena ressaltar que grandes empresas de jogos no exterior possuem brasileiros trabalhando em suas programações, desenvolvimento e criação de design de personagens. Mentes essas que não são aproveitadas aqui, tudo porque o Brasil ainda possui uma mente extremamente retrógrada no que diz respeito à tecnologia.

Comemoro o fato de que há duas semanas o próprio senador e autor da lei retirava da bancada o projeto, graças às manifestações de gamers do Brasil inteiro que souberam consolidar suas forças de modo que a voz dessa classe tão desprestigiada foi ouvida lá em Brasília!

Fico feliz por enxergar ainda um ralo brilho de democracia nesse país que outrora já foi capaz de vencer o sistema, extinguir um regime militar e desempossar um presidente.

Sei que outras leis virão e que apenas vencemos a batalha, mas a guerra é longa e árdua. A guerra por respeito, a guerra por inclusão, a guerra por compreensão.

Espero que esse frenesi que vemos por parte de deputados e senadores em interferir na cultura que decidimos consumir mude de foco e passe a perseguir interesses que realmente importam e de que nosso povo tanto carece.

Sei que parece demagogia falar, mas espero esse mesmo empenho que levou os gamers a unirem-se em prol de defender uma causa e lutar por seus direitos possa também unir a todos como cidadãos conscientes, para que possamos juntos lutar pelo que realmente importa e cobrar daqueles que elegemos nas áreas que realmente exigem atenção.

Fica aí meu apelo! Forte abraço e até a próxima!

Foi assim que o Vegeta ficou quando ouviu dizer que iriam proibir seus jogos...