terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Felicidade, que saudade de você...






Todo mundo conhece pelo menos um filme que fora baseado, ou que seja a adaptação de algum livro.
Cito aqui, apenas para ilustrar, o recente “50 tons de cinza”, filme em cartaz nos cinemas de todo o país que é a versão para as telas do romance homônimo escrito por E. L. James.
Poderia citar também os recentes filmes da saga “Crepúsculo”, “Percy Jackson e os olimpianos” , “O Senhor dos Anéis”...
E pra quem pensa que essa moda é recente tenho a acrescentar “E o vento levou” de 1939, adaptação do livro de 1936; “Frankenstein” de 1931, adaptação de um livro de 1818 
e até o clássico do terror “O Exorcista” de 1973 foi a adaptação do livro homônimo publicado em 1971,
Bem, poderia passar muitas linhas citando livros que se tornaram filmes , mas o texto de hoje não é sobre isso.
Na verdade eu venho fazer o caminho inverso!
Não tenho a menor pretensão de escrever um livro, mas o texto de hoje parte de uma ideia que surgiu enquanto eu assistia a um filme.
Estávamos Kelly e eu assistindo “Dança Comigo?”, filme com Richard Gere e Jennifer Lopez. Eis que no final do filme, em uma rápida cena que mostra o protagonista chegando na cozinha e tirando a esposa para dançar, a Kelly fez o seguinte comentário: “Até parece que as pessoas são felizes assim na vida real...”.
Eu, sentado no outro canto do sofá, aos prantos – esse tipo de filme tem um estranho poder sobre mim – engoli as lágrimas e pensei naquilo por um instante.
Por que as pessoas não são felizes assim na vida real?
Não havia nada demais naquela cena. Era apenas um casal apaixonado que interrompe os afazeres domésticos e dança, como que num tributo à vida e ao amor.
No “mundo real” nós reclamamos, estamos sempre estressados, infelizes ou frustrados.
Tentamos usar sentimentos negativos para nos destacarmos, e ainda criticamos as pessoas que, ao contrário de nós se apresentam felizes.
Chacotas, insinuações maldosas e pejorativas, fofocas... Como se fosse crime ser ou estar feliz.
Por que entender tudo “pela culatra”? Ou ver virtudes em doenças imaginárias ou complôs imaginários entre amigos, família ou no ambiente de trabalho, nos vitimizando diariamente?
Falo por mim. Todos sabem dos meus problemas de saúde, e em muitas épocas da minha vida, quando perguntado se estou bem logo me apressava em pensar em algum sintoma ou doença, ou mal estar mesmo que estivesse me sentindo bem.
                            POR QUÊ?
Simples! Porque sentia falta de algo e a doença me dá IBOPE. Assim como a melancolia de alguns ou a grosseria de outros. Não importa se a audiência é ruim, o que importa é não passarmos pela vida sem sermos notados.
A preocupação com o “ser para os outros” gera as atitudes que, por sua vez geram o caráter negativo como o ciúme, a avareza, o egocentrismo e a falta de compaixão. Acabamos tão bitolados nessas neuroses que sequer tentamos ou nos permitimos ser felizes como nos filmes.
E não adianta dizer que nos filmes os caras são ricos, não têm preocupações e mimimi.
Vou usar de exemplo (correndo o risco de apanhar) duas celebridades Kurt Cobain e Demi Lovato.
O primeiro foi um jovem promissor. Cantor, compositor, expoente do rock. Fundou e liderou a banda Nirvana e era o soberano do grunge. Era rico, famoso, casado e tinha uma filha.
Deu-se um tiro de escopeta na fuça encurtando uma carreira brilhante e colocando um ponto final num talento sem precedentes.
O outro exemplo é Demi. Estrela da Disney protagonizou o filme “Camp Rock” e a série teen “Sunny entre estrelas”. Dona de uma linda voz, jovem, rica, expoente da mídia e muito talentosa. Pois veja que ela desenvolveu um quadro grave de anorexia (ou bulimia, não sei com certeza) além de episódios de automutilação.
Enquanto isso quantas pessoas não vemos por aí que possuem tão pouco e trazem uma alegria tão legítima estampadas no rosto
enquanto tantos abastados procuram legitimar uma amargura e uma tristeza que não tem razão de existir, esforçando-se para fazerem suas vidas parecerem verdadeiros dramas.
Eu tenho uma teoria do porque aqueles que têm menos sempre trazem um sorriso franco nos lábios: Talvez essas pessoas possuam tão pouco que o sorriso é tudo que lhes resta....

E então... Dança comigo?



 

Um comentário:

  1. É que na verdade para ser feliz nos so precisamos de uma comidinha no bucho e companhia. A infelicidade moderna é uma invenção midiatica.

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