quinta-feira, 28 de março de 2013

Tempo de mudança!


Ufa! Já faz um tempo que eu venho tentando escrever alguma coisa mas parece que a inspiração simplesmente abandonou meu cérebro, minhas veias, minhas células...
Agora consigo entender o que foi esse “hiato” criativo que tem me mantido afastado do blog por tanto tempo, ainda mais nesse período de Marcos Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, motoristas embriagados arrancando braço de ciclista e jogando o dito braço no rio para se livrar das provas, e tempo depois o mesmo motorista bêbado conseguindo Habeas Corpus para responder ao processo em liberdade. Tem também a falácia das redações do ENEM, onde uma redação contendo uma receita de macarrão instantâneo foi pontuada em 560. Isso sem falar na páscoa, que é sempre algo que eu gosto bastante de comentar e criar muita polêmica!
Mas com tanto assunto assim porque diabos eu simplesmente não consigo escrever? Pensei, pensei, pensei e acabei percebendo que foi tudo culpa da ansiedade. É meus queridos leitores e leitoras, eu estou tomado pelo pavor da mudança e é exatamente esse o motivo que tem me impedido a concentração e tem livrado vocês dos meus delírios literários (se isso é pelo bem ou pelo mal cabe a vocês me dizerem).
E foi agora, depois da novela, tomando um longo banho – morno e relaxante – que eu resolvi escrever exatamente sobre isso: MUDANÇA!
Só pra ter certeza de que desta vez vai sair alguma coisa eu já desliguei a televisão, acendi as luzes, coloquei uma musiquinha bem light e inspiradora pra tocar aqui e vamos que vamos, bora escrever sobre essa coisa que acaba perturbando a alma não só minha, mas de tanta gente por aí!

O processo de mudança é sempre complicado, não importa de que forma essa mudança ocorre e com qual (ou por qual) finalidade ela ocorre, contudo é um processo pelo qual todos nós passamos e deveríamos já estar acostumados e preparados para isso, mas não estamos. Nunca estamos!
Não sei se o fato de eu ser canceriano, apegado ao passado, ao contexto familiar e à segurança do lar e dos porta retratos acaba deixando essa característica de resistir às mudanças tão gritante em mim, mas acho que até hoje todas as pessoas com quem já convivi temeram mudanças. Talvez não as temessem como eu as temo, com imenso pavor, mas que ao menos se sentiram inseguras diante de algumas decisões que deveriam ser tomadas em um curto espaço de tempo.
 Isso vem desde a transição da infância para a adolescência. Eu não sei como essa coisa funciona hoje em dia, visto que a molecada está cada vez mais “sofisticada” e sendo cada vez mais cedo apresentada aos aspectos da sexualidade, mas quando eu passei por essas mudanças elas ainda apavoravam e causavam muito constrangimento às crianças. Me pergunto que menina da minha época que não se assustou quando começaram-lhe a crescer os seios e aparecer os malditos pelos em lugares onde antes não havia? E a primeira menstruação? Hoje as gurias já são preparadas para isso, o diálogo entre os pais e os filhos é bem mais aberto (falo dos pais que merecem receber esse título, os que falam, orientam e fazem diferença na vida dos filhos, esses sim conversam sobre tudo) mas e na época em que a primeira menstruação fazia com que a garota pensasse estar morrendo de hemorragia?
Nos meninos também surgem novos pelos e odores, a mudança de voz causa muito constrangimento entre os garotos que falam ora grosso, ora fino. Isso sem mencionar a barba que começa a nascer, e as descobertas sobre os órgãos sexuais – que agora funcionam para a reprodução – e a descoberta e experimentação da libido. São os famosos hormônios em fúria!
Essas mudanças são inevitáveis, são biológicas e hoje já há instrução e conhecimento suficiente para sabermos lidar com elas, compreende-las e teme-las pouco menos, mas e as mudanças que não são biológicas? Aquelas que não são inevitáveis, aquelas que nos colocam frente a frente com escolhas e decisões que dependem de ninguém mais se não nós mesmos?
E é exatamente dessas mudanças e escolhas que quero falar, são essas mudanças e escolhas que estão me corroendo a alma, me afogando em ansiedade e implorando pro mundo parar porque eu quero descer!
Só para situá-los em minha angústia: Quem me conhece sabe que eu estou noivo de uma garota que mora em Caxias do Sul, e que se quiser que nosso romance dê frutos alguém vai precisar se mudar, e resolvemos que eu vou para lá.
A princípio foi tudo lindo, tantos sonhos, tantas ilusões, tantos pensamentos e idealizações... E caímos de cabeça na realidade tenebrosa da burocracia que está intrínseca nesse processo de mudança para outra região do país. Já pensou só sair da minha terra de oportunidades que é São Paulo e ir para o Rio Grande do Sul, lugar de tradições marcantes e de um povo que historicamente não gosta muito do resto do país (e tem uma birra evidente com paulistas).
Como se não bastasse esse processo de transição cultural e geográfica, que em si já constitui motivos mais do que suficientes pra deixar qualquer um grilado ainda tem a questão da minha saúde que é bastante delicada e toda a questão de adaptação, financeira... Enfim! Um verdadeiro pardieiro que caiu de repente na minha vida. E eu nem mencionei o fato de estar longe da minha família, minha mãe que é minha protetora e maior fonte de inspiração, a grande responsável por eu estar aqui, firme, forte e lindo, minha irmã que é meu maior tesouro e a coisa que mais amo nesse mundo, incondicionalmente, meu gato que é meu filho precioso e uma coisinha linda que depende de mim tanto quanto dependo dele e de seu carinho.
Amigos tenho poucos, mas os poucos que tenho são como uma extensão da minha família e sempre estiveram presentes nas horas de crise para me apoiar e me acudir. Meus médicos que são maravilhosos e pessoas cuidadosamente colocadas por Deus na minha vida,  até porque sem a sabedoria deles eu nem estaria aqui hoje também, meus enfermeiros queridos, o pessoal que cuida de mim com todo o carinho do mundo, e que acabaram tornando-se amigos mais do que especiais e essenciais e tantos outros amigos que tenho e que nem conheço, mas que de alguma forma está presente na minha vida, me ajudando de alguma maneira.
Vale a pena deixar tudo isso pra trás?
Não é como se eu estivesse deixando, estou carregando tudo no meu coração e deixando com cada um meu carinho e gratidão, mas acho que pelo amor e pela realização dos meus sonhos (os que ainda posso realizar) vale sim, bom, sei lá... Vou descobrir quando e se estiver por lá.
Mas prometo que volto para me esconder do frio! Ah se volto!
Bom gente, acabou não sendo a crônica cheia de reflexões e denúncia que vocês estão acostumados, esse texto está mais para um desabafo... Peço desculpas para quem sentiu que perdeu seu tempo, mas agradeço a todos que leram e partilharam um pouco das minhas agruras. Se serviu de alento ou encorajamento para alguém, ou ainda para um reflexão então já me sinto satisfeito!
E logo voltaremos com nossa programação normal, porque vocês sabem mas nunca me canso de repetir:
O mundo é torto, mas juntos, seja em Jundiaí ou em Caxias do sul, a gente endireita!
Forte abraço e até a próxima!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário