segunda-feira, 2 de março de 2015

Que programa é esse?


Estava de olho nas notícias e vi que o governo suspendeu – sem aviso – o programa “Minha casa melhor” que atua junto ao “Minha casa, minha vida” e libera um subsídio extra para a compra de móveis e eletrodomésticos para a casa recém adquirida.
O motivo da suspensão deste programa social é óbvio: O governo atual faliu o Brasil.
Foi então que me coloquei a pensar sobre projetos sociais que ajudariam de fato a classe mais carente sem gerar o parasitismo e o oportunismo que temos observado acerca das “bolsas” concedidas pelo governo federal.
Muita gente leva o auxílio a sério e o usa para manter os filhos enquanto peleja uma colocação profissional, contudo, outras pessoas tiram o foco da verdadeira função do benefício e deixa os filhos à míngua, mal vestidos e subnutridos enquanto investem o dinheiro do auxílio em celulares de marca, televisores gigantes e notebooks potentes com acesso à internet. E é de se esperar que no país do “jeitinho” uma ajuda que tem o objetivo de ser provisória acaba se tornando permanente. E esse sustento ao próximo sai do bolso do trabalhador, não como ato de caridade, mas sim como um estupro!
Enquanto pensava em programas sociais que realmente pudessem beneficiar a população lembrei do “rouba mas faz” Paulo Maluf e seu programa “Leve leite” que premiava alunos que apresentassem 90% de frequência escolar com quilos de leite em pó. Uma assistência que exigia que o aluno frequentasse as aulas para ser reclamada.
Pensei também nos restaurantes comunitários, alguns vinculados ao programa “Alimente-se bem com um real” do SESI. Lembro que fiz um curso de culinária desse mesmo programa no SESI próximo a minha antiga casa e achei bastante satisfatório, ensinando a reutilizar cascas, talos e outras coisas que jogamos fora, mas que podem constituir uma bela refeição, combatendo assim a cultura do desperdício.
Imaginem um trabalhador que pudesse almoçar todos os dias e no final do mês teria gastado apenas 30 reais e por uma comida de qualidade, balanceada e avaliada por nutricionistas.
Também penso que seria excelente investir em merenda escolar. Em primeiro lugar porque muitas vezes é a única refeição que uma criança carente faz no dia e em segundo lugar porque a merenda se dá na escola, ou seja, pra comer com qualidade a criança teria que estar na escola, presente em sala de aula.
Mas para acabar de vez com a miséria e o assistencialismo o Brasil precisa de uma medida a longo prazo e essa medida é a reestruturação – e porque não dizer reconstrução – cultural em vários níveis, de modo que o “jeitinho brasileiro” seja para sempre extinto e então veremos as coisas dando certo, longe do oportunismo.
Foi aí que pensei em uma intervenção midiática. Uma regulação de todo conteúdo transmitido pelas emissoras de TV abertas. Esse decreto teria uma bancada responsável por avaliar o conteúdo oferecido nas grades de cada canal.
Claro que para isso dar certo esta bancada deveria ser incorruptível, de preferência um conselho privado que não recebesse influências diretas do governo.
E notem que não me refiro ao “marco civil da internet” ou outras formas de censura que tememos diante da maré vermelha que está assolando o país. Quando falo de regular o conteúdo me refiro a qualificar o conteúdo, trazendo mais programas culturais e substituindo aos poucos a baixaria que impera na TV aberta nos dias de hoje.
Claro que a televisão no Brasil e vista como fonte de lazer para a maioria das famílias e visam o lucro, portanto passam aquilo que dá audiência e se o povo quer barraco eles entregam a cultura do pão e circo.
Mas será que uma mudança gradativa faria tanto mal assim para a população? Será mesmo que o brasileiro é tão burro?
Vejam por exemplo o caso da Raquel Sheherazad,
a jornalista, natural de João Pessoa foi trazida para o SBT e ficou famosa por suas opiniões “doa a quem doer” e acabou ganhando a simpatia dos telespectadores, virou hit na internet e tem um dos canais mais acessados do Youtube.


Prova de que muitos brasileiros estavam atentos ao jornal, o que é uma coisa excepcional. E graças ao comentário cheio de farpas e à sua repercussão na internet muitas pessoas acabaram se interessando pelas opiniões da jornalista e passaram a seguir o noticiário, e isso inclui uma enorme massa de jovens também.
Luís Carlos Prates é um gaúcho, comenta o jornal do almoço do SBT de Santa Catarina e é meu ídolo. Tomei conhecimento dele através da minha – agora esposa – Kelly, que é de Caxias do Sul e
me encantei com a dureza e a verdade crua de seus comentários logo nas primeiras visualizações e comecei a divulgá-lo nas minhas redes sociais, tendo bastante aderência por parte dos colegas interessados no tema.


Portanto não sou contra a evolução dos meios de comunicação e de uma maneira mais dinâmica e com mais personalidade de fazer programas, de noticiar e de educar. Sou contra os programas que não agregam, ou ainda os que desagregam valores.
Fiquei besta ao ver que no Fantástico, programa de variedades e notícias da Rede Globo que tem enorme audiência nas noites de domingo, quando ficaram discutindo se o vestido era azul e preto ou azul e dourado, ou sei lá. Nem sei de onde surgiu essa banalidade, mas perder tempo com isso num programa com uma produção tal qual a do Fantástico é de chorar.

E os programas como “Casos de Família” e similares, e incluo aqui os de fofoca, que perpetuam uma baixaria em plena tarde, em um horário onde muitas crianças são deixadas em companhia da televisão. Aí depois o pessoal vem censurar Dragon Ball e Pokémon… Porra meu!
Sem falar em pérolas como o Exxxxxquenta que apresenta artistas com péssimo comportamento e envolvimentos em escândalos e os apresenta como heróis da humanidade a servir de exemplo pra molecada em formação. Bom… Se já tem gente idolatrando Chê Guevara né?!
Uma saída interessante seria que essa bancada que sugeri no início do texto estipulasse uma carga horária para as emissoras a ser preenchida com programas educativos, documentários, debates interessantes. A internet está aí pra provar que adquirir conhecimento pode sim ser divertido. Tantos canais de curiosidade e conhecimento que fazem uma abordagem leve e interessante dos temas propostos e angariam milhares de visualizações e seguidores.

E embarcando nessa atuação do governo a famosa “verba de imprensa” que deve ser repassada para os canais para divulgações sobre os governos e propagandas poderia ser repassada de acordo com o espaço e investimento da emissora entre produzir e transmitir conteúdo educativo e cultural, como se fosse uma Lei Rouanet só que sem as FRAUDES!
Entretanto é difícil esperar esse tipo de reforma enquanto houver corrupção e enquanto os governantes se refestelarem no dinheiro do povo, entrando em escândalos e mais escândalos. Para isso, a população dever permanecer ignorante e domesticada.
Talvez essa reforma cultural fique no sonho, talvez perpetuemos essa dependência de esmolas achando que somos mais espertos que o outro que acorda cedo para trabalhar e talvez a qualidade de vida do brasileiro desça cada vez mais. O que é certeza é que deixamos de ser um povo e passamos a ser um curral. Ordenado, domesticado, dócil, onde os poderosos pintam e bordam e ainda assim continuam sendo eleitos.
Mas continuo nessa missão e pretendo vencer pela pena ou morrer pela espada, mas jamais desistir!
Forte abraço e até a próxima!!!


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